Instituto Pensar - Contra o bolsonarismo: Lula confirma Alckmin como vice

Contra o bolsonarismo: Lula confirma Alckmin como vice

Geraldo Alckmin e Lula em jantar que tratou sobre eleições, em fevereiro. Foto: Ricardo Stuckert/Imprensa Oficial de Luiz Inácio Lula da Silva/AFP

O ex-presidente Lula (PT) confirmou o nome de Geraldo Alckmin para ser seu candidato a vice na disputa pela presidência da República. O petista confirmou o convite ao ex-tucano para compor a chapa para enfrentar o bolsonarismo nas eleições de outubro.

Alckmin deve se filiar ao PSB no final de março para fechar a composição. O presidente do partido, Carlos Siqueira, afirmou que a data será definida pelo ex-governador de São Paulo.

"Eu estou na maior esperança, está reiterado e entendemos pelo interesse dele que ele virá pelo PSB. A última palavra é do filiando. A palavra está com Alckmin?, afirmou o dirigente socialista em entrevista ao programa Em Foco, da GloboNews.

A despeito das resistências internas do PT e de partidos como o PSOL em torno da aliança com Alckmin, Lula tem dito que quem não estiver satisfeito com a composição deve buscar outro candidato.

Lula é o líder em todas as pesquisas de intenção de voto. Mas sua experiência não o deixa seguir pelo caminho do ?já ganhou?.

De acordo com o jornalista Luiz Carlos Azedo, do Correio Braziliense, o petista avalia que Bolsonaro ainda tem a possibilidade de se reeleger, porque sua candidatura parece ter um lugar garantido no segundo turno.

No plano econômico e social, a avaliação é de que Lula teve um desempenho muito melhor do que o atual ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PL). Porém, a relação com o meio rural, evangélico e reacionário pesa na balança e não pode ser ignorado.

Lula ainda tem de lidar com pretensa terceira via

Por outro lado, os candidatos que tentam se colocar como a terceira via não conseguem avançar. Porém, por mais que as chances de êxito nas urnas sejam mínimas, eles devem empurrar as eleições para o segundo turno.

Um dos motivos para a candidatura de Ciro Gomes (PDT) não avançar, por exemplo, é o fato dele ser identificado com a esquerda, lugar que se mostra amplamente ocupado por Lula. O pedetista também enfrenta dificuldade para avançar entre os eleitores de centro.

Na outra ponta, o ex-juiz parcial Sergio Moro (Podemos) tentou se colocar como a alternativa à direita. Mas não tem conseguido avançar tanto pela resistência de bolsonaristas como por suas escolhas, como buscar o apoio do Movimento Brasil Livre (MBL).

Dois episódios recentes do MBL ajudaram a atrapalhar ainda mais as intenções do lavajatista de chegar ao Planalto.
No primeiro, o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) defendeu a criação de um partido neonazista no Brasil e foi defendido por Moro, que classificou o acinte como ?gafe verbal?.

No segundo, o protagonista do horror foi o deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), que disse que ?as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres? entre outros absurdos misóginos e grotescos. Foi um golpe duro nas intenções de Moro.

Leia também: MBL: Da defesa do nazismo ao turismo sexual

PSDB, MDB e União Brasil

Em outra ponta, PSDB, MDB e União Brasil também se movimentam para tentar ocupar esse espaço.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vencedor das problemáticas prévias do seu partido quer a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como sua vice em uma possível candidatura à presidência.

Mas, o embate de Doria com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pode fazer com que o político gaúcho tente seguir na disputa pelo PSD, de Gilberto Kassab.

De qualquer forma, somando as intenções de voto dos postulantes a terceira via não se chega a 20% do eleitorado. O percentual que tem o poder de empurrar a disputa para o segundo turno e acirrar ainda mais a polarização.



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